Quem nunca se pegou fazendo as coisas no automático durante o dia a dia? Criamos o hábito de fazer certas coisas de forma tão cíclica que temos dificuldade de mudar.

Isso acontece no momento em que queremos perder peso, começando uma nova dieta ou mesmo a academia. Fazemos por pouco tempo e logo desistimo. Nos sabotamos.

Você já parou para pensar no motivo pelo qual não conseguimos dar sequência em determinados objetivos?

Podemos ser definidos pelo conjunto dos nossos hábitos.

Mas como fazer para inserir um novo hábito em nossa rotina? Como mudar os que já não queremos mais manter?

De acordo com o livro O Poder do Hábito, toda nova rotina leva cerca de 21 dias seguidos para ser consolidada. Sendo assim, se nos sabotamos 3 dias, essa conta zera e precisamos iniciar tudo novamente.

Além disso, precisamos entender qual a composição do ciclo desse hábito. Ou seja, qual a deixa, rotina e depois a recompensa que vem com ele.

Exemplo disso seria comer doces no meio do dia.

Vamos supor que eu queira emagrecer após ter visto que as minhas roupas já não estão me servindo como antes. Fiquei com um pouco de culpa.

Entendo que preciso mudar minha rotina e que para isso, quero começar a fazer mais exercícios físicos e deixar de comer doce.

Vou até a academia perto de casa e faço a matrícula. Já faço de 6 meses que é para mexer no bolso e me forçar a ir.

Pronto. Meta estabelecida. Vou todos os dias, assim consigo perder peso mais rápido.

Na segunda feira, coloco a mala no carro com as coisas que preciso. Tudo certinho.

Vou para o trabalho e levo o dia normalmente. Levei fruta para os lanches. Na volta, paro na academia, toda orgulhosa e faço o treino inicial que o professor passou. Tomo banho e volto para casa com a sensação de vitória.

Dia seguinte mesma coisa, coloco as coisas no carro, trabalho e vou para a academia. Dessa vez fico um pouco mais dolorida pelo fortalecimento que não estava acostumada. Volto para casa.

Repito mais dois dias. Ufa. Estou bem engajada. Até comi mais leve no almoço. Afinal, agora sou fitness.

Sexta feira acordo com uma dor daquelas na perna. Não imaginava que ia sentir tanto o treino. Vou para o trabalho e na volta, decido me dar um dia de folga para descansar o músculo dolorido.

Como uma barra de chocolate, afinal, mereço por ter ido na academia essa semana.

Sábado e domingo não estavam na agenda de treinos que me propus, então, fico em casa.

Segunda feira começa, mais gelada e chovendo. Ninguém merece ter que trocar de roupa para treinar nesse frio.

Pronto. Já me sabotei e não sigo nunca mais com o treino.

Fico chateada comigo mesma e acabo comendo mais besteiras em casa.

Quem se identifica? Paga meses de academia sem ir? Come mesmo se propondo a evitar?

Aqui entendemos que o meu motivo para inserir o novo hábito foi mais fraco do que as minhas desculpas para não fazê-lo. A recompensa era pequena demais ou não era a certa.

Para inserir um novo hábito, precisamos estar alinhados com nosso objetivo final. Estar com uma recompensa muito bem definida e forte o suficiente para que as desculpas não nos impeçam de realizar.

Poderia ser, no caso do emagrecimento, entrar em um vestido para o dia do casamento da minha amiga. Poderia deixar esse vestido pendurado na porta do guarda-roupas e assim, ele me lembraria todos os dias daquela missão.

Até o ponto em que eu de fato já estivesse tão acostumada a ir treinar, que não precisasse mais dele para isso.

Já no caso dos doces, é importante ver qual a deixa que me leva a ter a necessidade de comer o doce e não outra coisa.

Poderia ser a necessidade de uma pausa no trabalho, em que me levanto e vou comer. Ou mesmo o cansaço mental.

No caso da necessidade de pausa como deixa, poderia trocar o doce por uma volta no setor que trabalho para pegar mais água. Consigo esticar as pernas e descansar a mente.

Quando o cansaço mental é a deixa, pode ser por uma necessidade de pausa ou mesmo por alimentação pobre em nutrientes, deixando pouca reserva para o cérebro funcionar.

Nesse caso, mudar a alimentação ajudaria tanto na qualidade de nutrientes quanto no meu emagrecimento.

Existem o que chamamos de hábitos angulares, que são responsáveis pela mudança de outras áreas de nossas vidas.

Exemplo: quando vamos à academia e de fato conseguimos engrenar o novo hábito, começamos a ver mudanças sutis em nossos corpos o que nos incentiva a comer melhor, dormir melhor e até mesmo a ser mais sociáveis, por causa da endorfina liberada.

Gosto muito desse livro, por me fazer entender que precisamos desligar o piloto automático e começar a rever as coisas da nossa vida. Assim, conseguimos alinhar nossa rota rumo à qualidade de vida.

Consequentemente, conseguimos ter uma sensação maior de realização, por conseguir ser de fato donos das nossas escolhas.

Fica a dica de um livro que te faz rever sua rota e seus resultados.

 

 

Até breve!